Chefes ricos e comunidade pobre: a quantificação do valor entre os índios Xikrin (Mebengôkre)

Autores

  • Cesar Gordon

DOI:

https://doi.org/10.20435/tellus.v0i25.331

Resumo

O artigo pretende descrever as formas pelas quais os índiosXikrin (Mebêngôkre) do Estado do Pará, na Amazônia Brasileira, vêmtentando constituir e expressar determinadas diferenças internas devalor por meio da incorporação de mercadorias, bens industrializadose dinheiro. Na atual situação histórica, o mecanismo indígenade produção de diferenças basicamente qualitativas começa a sefazer acompanhar – e ser substituído, em certa medida – por umaquantifi cação das diferenças em termos do maior ou menor acessoa recursos monetários. O artigo analisa o regime de distribuição dedinheiro e mercadorias no interior da comunidade indígena, procurandoexplicar o caráter ‘infl acionário’, característico da economiapolítica e do consumo xikrin pós-contato. Em particular, focaliza-sea implementação de um sistema de salários, que recorta dois planosde diferenças: em primeiro lugar uma distinção entre um conjunto de“chefes” e “lideranças” assalariados contra o restante da comunidadenão remunerada; e, além disso, uma distinção no próprio conjuntodos indivíduos que recebem vencimentos, que se expressa em termosde níveis salariais. Finalmente, analisam-se os efeitos sistêmicos daquantifi cação do valor na vida social Xikrin.Palavras-chave: índios Xikrin-Mebengôkre; economia; ritual; mercadoria;mudança cultural.

Biografia do Autor

Cesar Gordon

Departamento de AntropologiaCultural/Programa dePós-Graduação em Sociologiae Antropologia, Institutode Filosofia e Ciências Sociais,Universidade Federal do Riode Janeiro.

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Publicado

2015-04-24

Como Citar

Gordon, C. (2015). Chefes ricos e comunidade pobre: a quantificação do valor entre os índios Xikrin (Mebengôkre). Tellus, (25), 57–82. https://doi.org/10.20435/tellus.v0i25.331