@article{Kelli Prado Sana Utinói_Negri Isquerdo_2021, title={A toponímia de comunidades quilombolas do Centro-Oeste: relações entre língua, cultura e história nas formas de nomeação}, url={https://tellus.ucdb.br/tellus/article/view/752}, DOI={10.20435/tellus.vi44.752}, abstractNote={<p>Este artigo tem como propósito discutir questões históricas, sociais e ideológicas relacionadas às nomeações de comunidades quilombolas, situadas na região Centro-Oeste, devidamente certificadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) até 2016. O estudo pauta-se na análise toponímica das denominações das 131 comunidades quilombolas que compõem o <em>corpus</em> deste estudo que, por sua vez, reuniu 131 topônimos, assim distribuídos: Mato Grosso (78); Goiás (32); Mato Grosso do Sul (21). Busca-se examinar em que proporção os topônimos que nomeiam essas comunidades refletem aspectos linguísticos, históricos, culturais relacionados aos povos africanos no Brasil. Para tanto, toma-se como parâmetro o referencial teórico Dick (1990; 1992; 1998; 2008) para a análise dos topônimos; as contribuições de Castro (2001; 2003); de Petter (2004) e de Petter e Cunha2015) para a análise da questão da presença de línguas africanas no léxico do português do Brasil. Em termos linguísticos, dos topônimos analisados, 2,96 % são de base africana; 6,10% são de origem indígena e 90,94% provêm da língua portuguesa e/ou de outras línguas europeias. Dentre as línguas africanas representadas no recorte de topônimos estudados, destacam-se as línguas kwa (<em>Exu</em>), kikongo Kimbundu (<em>Monjolo; Kalunga</em>). No que se refere à natureza dos nomes, predominam topônimos de natureza antropocultural com destaque para os sociotopônimos (<em>Família Bispo</em>; <em>Família Jarcem</em>) e os hagiotopônimos (<em>Santo Antônio; São João Batista</em>). Os de natureza física predominam os geomorfotopônimos seguido dos fitotopônimos. A predominância de nomes de santos do hagiológico romano que têm seus correspondentes nos cultos africanos apontam para a história do afro-brasileiro e seu ideário. Em síntese, o estudo demonstra a importância dos topônimos como marcadores ideológicos, pois por meio da toponímia pode-se recuperar aspectos culturais, no caso, indícios do <em>modus vivendi</em> do povo africano em território brasileiro e a questão da valorização das línguas africanas no léxico e por extensão, na toponímia.</p>}, number={44}, journal={Tellus}, author={Kelli Prado Sana Utinói, Nagila and Negri Isquerdo, Aparecida}, year={2021}, month={ago.}, pages={313–339} }