Tembiasakue Rapê: a longa estrada Guarani na história e na memória- reconstruindo o passado, ressignificando o presente e trilhando o futuro.
DOI:
https://doi.org/10.20435/tellus.v18i37.525Palavras-chave:
Guarani, Memória/História, Cosmologia.Resumo
Ao longo dos séculos o Guarani foi visto como objeto de estudo e do direito, sendo-lhe negada a característica de agente de sua própria memória/história/narrativa, como protagonista dinâmico, ativo e consequentemente sem espaço para manifestar-se, era o indígena domesticado sobressaindo à imagem genérica construída pelo senso comum ao longo da trágica história que todos já conhecem. Entretanto, assim como os demais seres humanos que habitam a imensidão do planeta terra, enquanto indígenas temos o passado bem vivo na nossa memória e na a capacidade de reconstituir o nosso passado; nosso futuro depende muito da habilidade de compreender e tirar boas lições do que nos aconteceu em outrora. O passado é relembrado por meio das narrativas na fala dos tujá’i (velhinhos), contadores de história Guarani. Conhecimento que é transmitido nas conversas na opy(casa ritual), na beira do fogo quando dos acampamentos de pescaria, caçadas ou ainda nos momentos em que seus olhos e alma parecem voltar no tempo e as narrativas fluem como as águas de um igarapé, adentrando a noite. Para que nosso modo de vida percorra outros modos de narrar o passado e o presente, busca-se a qualificação nos meios acadêmicos, uma abrangência maior de conhecimento enquanto sociedade Guarani e as interações com a sociedade não indígena, engendrando novos conceitos, experiências interpretativas sobre o outro e o que foi dito sobre nós de forma autoritária e violento. É uma tentativa de compreender, traduzir e a posteriori interpretar, para conhecerem-se melhor ambas as sociedades e ampliar os horizontes de conhecimentos e possibilidades, sabendo de antemão que essas aproximações humanas não são tão tranquilas quanto parecem ser. Ser mediador dessa realidade não é nada fácil, ou seja, é um grande desafio.
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