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Artigos
Política padrão de seçãoDossiê: Povos Indígenas, Populações Tradicionais e os Estudos Críticos do Desenv
Temos interesse em textos que investigam o denso e complexo espaço que envolve a reflexão sobre as populações indígenas e outras populações tradicionais quando se confrontam com projetos e planos de desenvolvimento econômico.
Dossiê: Bartomeu Melià: espanhol de nascimento, paraguaio por opção e guarani
Bartomeu Melià (1932-2019) transformou a escrita e os olhares sobre o mundo Guarani. Não é exagero afirmar que na atualidade não há como escrever teses, dissertações, artigos e livros sobre Guarani sem referenciar Melià, não apenas porque ele produziu uma extensa bibliografia, mas pela profundidade e radicalidade com que escreveu seus artigos e livros. Em nenhum momento vacilou em apresentar os Guarani como um povo moderno ou, como chegou a dizer, “quase pós-moderno, pela forma como sabem entrar em contrato conosco”.: “No es el Guaraní en la Inovou na criação de uma História Guarani, ao propor novas abordagens historia, ni el Guaraní de la historia, sino la historia del Guaraní, en cuanto que es éste quien sabe sus tiempos y los siente [...]". Como jesuíta não poupou críticas às reduções Guarani do século XVII e XVIII comandadas pelos colegas de ordem, destacando a dramaticidade das mesmas: “uma colônia dentro da colônia”. Desconstruiu o conceito idílico da terra sem mal e demonstrou que para o Guarani o conceito está relacionado às práticas ecológicas. Incorporou elementos contemporâneos à etnologia Guarani como o Teko Porã, o bem viver na dimensão deste povo. A partir de suas ideias, configura-se uma identidade política e histórica Guarani construída por subjetividades corporificadas e racializadas, acorde com perspectivas epistemológicas que se preocupam, cada vez mais, com a descolonização do ser e do saber: “su piel es una escritura de hecho. Y la piel se convierte en mensaje.”
Bartomeu Melià foi, também, árduo defensor dos Guarani, no que se refere ao seu direito de existir e viver de maneira transfronteiriça. Coordenou os trabalhos de elaboração e publicação do Guarani Retã (2008) e do Mapa Continental Guarani (2016). Foi expulso do Paraguai por Stroessner justamente por defender os povos indígenas que estavam sendo vítimas da ditadura militar. No Brasil foi atacado pelos ruralistas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Funai e Incra, como mentor da ideia da Nação Guarani.
Dedicar um número especial da Revista Tellus a Melià é uma justa homenagem, embora aquém da grandeza do pesquisador. De toda forma, queremos que as futuras gerações conheçam quem foi Bartomeu Melià não apenas pelos seus escritos, mas por pessoas que conviveram com ele, compartilharam reflexões e lutas.
Convidamos a todos e todas que se sentirem desafiados/as a produzir artigos para compor o presente dossiê, destacando-se o espanhol que havia em Melià; o Guarani que faz casa em Melià; o padre jesuíta que levou Melià a ser cidadão planetário; e o paraguaio em Melià.
Dossiê Autonomias indígenas, quilombolas, camponesas: novas ontologias políticas
O dossiê reunirá artigos que descrevem e analisam as diversas formas como, América Latina afora, as experiências políticas negras/indígenas/camponesas que vêm sendo conhecidas como “autonomias” estão associadas à emergência de ontologias políticas originais, convertendo-se em práticas e discursos que têm demonstrado potencial de influenciar de forma decisiva o debate público moderno/ocidental. Essa ação renovadora tem particular acento no que tange ao questionamento sobre a forma como a modernidade demarcou polos como natureza e cultura, humano e não humano, razão e crença etc. – aproximando-se da reflexão apropriada na antropologia a respeito das chamadas “cosmopolíticas” – e, por extensão, da discussão proposta pelo campo conhecido como ecologia política. Além disso, trata-se de ambientes associados a históricas reivindicações dos povos indígenas por autodeterminação e, nesse sentido, bastante propícios para o diálogo com o campo dos estudos descoloniais.
Nos mais variados contextos latino-americanos, as autonomias têm estado associadas, por exemplo, à busca por autodeterminação dos povos indígenas, ou ao reconhecimento de soberanias nos territórios, sobre os recursos minerais, hídricos etc. Ao mesmo tempo, mostram-se um ambiente excepcional para o debate sobre as dimensões ontológico-políticas implicadas nas reivindicações dessas populações etnicamente diversas. O presente dossiê propõe-se a apresentar um breve panorama das muitas discussões que vêm emergindo no continente, relacionadas a esses ambientes de construção de autogoverno e autodeterminação que têm se tornado verdadeiros laboratórios de ideias e práticas alternativas.
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