A fronteira indígena no Sul de Mato Grosso – século XIX (Fontes comentadas)
DOI:
https://doi.org/10.20435/tellus.v0i2.17Resumen
O período a que pertencem os exemplares da rica documentação reproduzida aqui, refere-se ao momento do pós-guerra com os paraguaios, de 1870 em diante, marcado pelo trauma causado na Província mato-grossense, em especial, na sua imensa fronteira sul. Estes documentos foram compilados das latas existentes no Arquivo Público do Estado de Mato Grosso,em Cuiabá/MT e reúnem manuscritos a partir de uma ordem cronológica (latas 1870 a 1900).
Todavia, para encontrar fontes que narram episódios relativos aos índios da fronteira sul, e suas relações com as comunidadese assentamentos que se estabeleceram na mesma região,é necessário enfrentar um mar de papéis que tratam de assuntos diversos, dispostos sem critério, a não ser a data a que pertencem. Muitos deles são meramente burocráticos, insípidos e lacônios, sem revelar quase nada da vida e dos conflitos que os geraram. A produção destes papéis, de forma óbvia, resulta do aparelho político-administrativo criado e dominado por grupos oligárquicos que se revezaram no poder regional, quase nunca de forma pacífica e democrática.
Porém, a simples leitura de velhos papéis, que emergem como pepitas de ouro em meio a um monte de areia e cascalho como os aqui citados, compensam essa tarefa árdua e cansativa de garimpá-los: são narrativas e testemunhos claros, contundentes e emocionantes revelando relações (des)humanas entre colonos assentados e posseiros que se instalaram num território aparentemente vazio e sem dono, configurando o clássico processo histórico de desapropriação de terras indígenas e apropriação violenta da mão-de-obra que eles representaram, marcando a história desta fronteira e do resto dos sertões do Brasil. As reproduções que se seguem são fiéis aos documentos originais, incluindo as rasuras, a ortografia equivocada ou arcaica e as lacunas deixadas pela má conservação desses papéis.
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