Localização, orientação e representação espacial como expressão de territorialidades indígenas

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.20435/tellus.v0i42.669

Palabras clave:

Território, Licenciatura Intercultural, Indígenas Xakriabá.

Resumen

O artigo analisa tensões entre práticas de localização, orientação e representação espacial próprias dos Indígenas Xakriabá e aquelas que se configuram quando estudantes desse povo participam de uma disciplina, ministrada na universidade e no território indígena, em uma licenciatura intercultural. Iluminadas pelo pensamento decolonial e fundamentadas em formulações indígena e não indígena, território é entendido como um espaço de poder, luta, resistência e uso, uma herança que passa de geração para geração, um dos sentidos da interculturalidade na vida contemporânea Xakriabá. Embasada nessa formulação, a análise da participação e dos registros dos estudantes - mapas, desenhos, textos - e relatos orais mostram que tensões surgem nas práticas, tanto na universidade quanto no território indígena porque os estudantes constroem representações espaciais em estreita relação com a dinâmica de uso do seu território que, muitas vezes, não podem ser representadas pelos elementos técnicos de projeção do espaço no plano ou mesmo pelas referências geográficas. Conclui-se que as práticas de formação vivenciadas pelos estudantes contribuíram para a construção de novas territorialidades e que o estudo dessas noções pode compor um currículo como ferramenta político-pedagógica de fortalecimento das relações etnoterritoriais de professores indígenas. 

Biografía del autor/a

Ozirlei Teresa Marcilino, Universidade Federal do Espírito Santo

Pós Doutorado em Conhecimento e Inclusão Social em Educação (2019) pela Universidade Federal de Minas Gerais. Doutora em Educação (2014) e Mestre em Educação (2005) pela Universidade Federal do Espírito Santo. Especialista em Administração e Supervisão Escolar e Matemática. Graduada em Pedagogia pela Escola Superior São Francisco de Assis (2004), em Licenciatura Plena no Curso de Ciências: habilitação em Matemática pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Madre Gertrudes de São José (1999) e em Administração pela Faculdade de Ciências Econômicas de Colatina (1994). Pesquisadora com interesse em Educação Matemática Indígena, Educação Étnico Racial, Educação do Campo, Culturas e Povos Tradicionais. Professora do Departamento de Teorias do Ensino e Práticas Educacionais do Centro de Educação da Universidade Federal do Espírito Santo.

Vanessa Sena Tomaz, Universidade Federal de Minas Gerais

Licenciada em Matemática pela Universidade Federal de Minas Gerais (1986), mestre em Educação (2002) e doutora em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (2007). Pós-doutora pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS-RS, incluindo estágio de pesquisa no Center for Research on Activity, Development and Learning (CRADLE) - University of Helsinki. Atualmente é professora associada do Departamento de Métodos e Técnicas da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. Membro do colegiado da Licenciatura Intercultural para Educadores Indígenas onde é coordenadora da turma de habilitação em Matemática. Coordena o grupo de pesquisa em Teoria da Atividade Histórico-cultural na pesquisa em Educação (CHATER), situado na Faculdade de Educação da UFMG. Atua na área de Educação, com ênfase em Educação Matemática. Desenvolve pesquisas sobre aprendizagem matemática dentro da perspectiva da teoria da atividade histórico-cultural com foco: nas práticas matemática em sala de aula, aprendizagem expansiva, educação escolar indígena, interdisciplinaridade e docência na Educação Básica e Superior. Desenvolve trabalhos para Formação continuada de Professores.

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Publicado

2020-11-12

Cómo citar

Marcilino, O. T., & Tomaz, V. S. (2020). Localização, orientação e representação espacial como expressão de territorialidades indígenas. Tellus, (42), 181–215. https://doi.org/10.20435/tellus.v0i42.669