O abuso de álcool entre os povos indígenas no Brasil: uma avaliação comparativa

Autores/as

  • Esther Jean Langdon

DOI:

https://doi.org/10.20435/tellus.v0i8/9.99

Resumen

Existe uma lacuna na produção científica sobre alcoolismo em populações indígenas, apesar de ser um dos mais graves problemas de saúde que os índios enfrentam hoje no Brasil. Partindo da definição biomédica de alcoolismo, em que o abuso do álcool é entendido como uma doença orgânica e sem possibilidade de cura, argumento sobre a necessidade de se reconhecer que existem diferentes estilos de beber, nem sempre associados a comportamentos negativos para a saúde. O uso de bebidas fermentadas em contextos rituais tem papel construtivo em sociedadesindígenas, possibilitando o reforço dos vínculos sociais. Entretanto,atualmente, o ato de beber se distancia das formas tradicionais, trazendo prejuízos individuais e coletivos. O abuso do álcool reforça o estigma de ser índio no Brasil. Assim, para a implementação de programas de saúde eficazes, será necessário desconstruir preconceitos, considerando os aspectos do contexto sociopolítico e histórico que determinam o comportamento alcoólico. Além disso, é fundamental entender o significado atribuído ao uso de bebidas alcoólicas em cada grupo indígena, e quais as preocupações e as soluções vislumbradas pelo próprio grupo.

Publicado

2014-11-20

Cómo citar

Langdon, E. J. (2014). O abuso de álcool entre os povos indígenas no Brasil: uma avaliação comparativa. Tellus, (8/9), 103–124. https://doi.org/10.20435/tellus.v0i8/9.99