Corpos, pinturas e saberes Gavião
DOI:
https://doi.org/10.20435/tellus.vi44.717Palavras-chave:
pintura corporal, parentesco, criança, Gavião Pyhcop CatijiResumo
O artigo apresenta uma abordagem sobre as pinturas corporais dos povos Jê, especificamente dos Gavião Pyhcop Catiji. Partindo de uma etnografia com este povo e de fotos produzidas durante a Ação Saberes Indígenas na Escola/Ministério da Educação (MEC) em 2019, abordamos o esforço dedicado sobre a superfície da pele que visa a humanização do corpo das crianças. Na realização das pinturas corporais, pigmentos e penas de pássaros assumem uma posição decisiva na dinâmica da fabricação da semelhança e da diferença presente no processo do parentesco. Nos rituais e em práticas cotidianas, a sobreposição de pigmentos e penas sobre a superfície da pele das crianças torna-as, gradativamente, membro social e sujeito pleno nas interações com seres de distintas agencialidades das quais depende o futuro de todo o povo Gavião.
Referências
BARCELOS NETO, Aristóteles. A serpente do corpo repleto de canções: um tema amazônico sobre a arte do trançado. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 54, n. 2, p. 981-1012, 2011.
CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. Os mortos e os outros: uma análise do sistema funerário e da noção de pessoa entre os índios Krahó. São Paulo: Hicitec, 1978.
COELHO DE SOUZA, Marcela. O traço e o círculo o conceito de parentesco entre os jê e seus antropólogos. 2002. 668 f. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional, Rio de Janeiro, RJ, 2002.
COHN, Clarice. Crescendo como um Xikrin: uma análise da infância e do desenvolvimento infantil entre os Kayapó-Xikrin do Bacajá. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 43, n. 2, p. 195-222, 2000a.
COHN, Clarice. A criança indígena: a concepção Xikrin de infância e aprendizado. 2000. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, 2000b.
COHN, Clarice. Antropologia da criança. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. (Coleção Passo a Passo).
GELL, Alfred. Art and agency: an anthropological theory. Oxford: Oxford University Press, 1998.
LAGROU, Els. Arte indígena no Brasil: agência alteridade e relação. Belo Horizonte: Arte, 2009.
MELO, Maycon Henrique Franzoi. O caçador xamã: etnoclassificação ambiental e socialidade humano-animal entre caçadores Gavião Pyhcop catiji (Amazônia maranhense). Revista de Antropologia da UFSCAR, São Carlos, v. 11, n. 2, p. 226-50, 2019.
MELO, Maycon Henrique Franzoi. O nome e a pele: nominação e decoração corporal Gavião (Amazonia maranhense). 2017. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Universidade Federal do Maranhão, São Luís, MA, 2017.
MELO, Maycon; SOARES, Lígia. Raquel Rodrigues. Redes de relações timbira: estudo de caso a partir dos etnônimos em uso pelos Ramkokamelra/Canela e os Gavião Pyhcop catiji. Revista Pós Ciências Sociais, São Luís, v. 15, n. 29, p. 15-31, 2018.
TASSINARI, Antonella Maria Imperatriz. Múltiplas infâncias: o que a criança indígena pode ensinar para quem já foi à escola ou a sociedade contra a escola. In: ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS, 33., 26-30 out., 2009, Caxumbu. Anais [...]. São Paulo: ANPOCS, 2009.
TASSINARI, Antonella Maria Imperatriz. Concepções indígenas de infância no Brasil. Revista Tellus, Campo Grande, ano 7, n. 13, p. 11-25, 2007.
TURNER, Terence S. The social skin. In: CHERFAS, Jeremy; LEWIN, Roger. (Org.). Not work alone: a cross-cultural view of activities superfluous to survival. London: Temple Smith, p. 112–40, 1980
VILAÇA, Aparecida. Making kin out of others in Amazonia. The Journal of the Royal Anthropological Institute, London, v. 8, n. 2, p. 347-65, 2002.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio. MANA, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 115-44, 1996.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Todos os artigos publicados na Revista Tellus estão disponíveis online e para livre acesso dos leitores, tem licença Creative Commons, de atribuição, uso não comercial e compartilhamento pela mesma. Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.