Ecologias antirracistas na Bahia: retratos da luta Pataxó contra o ecocídio e o genocídio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/tellus.v23i50.923

Palavras-chave:

Povo Pataxó, arte, ecologia política, memória, racismo ambiental

Resumo

Este artigo discute a luta pela memória do povo Pataxó e a dimensão do racismo e do Colonialismo sobre a vida e o território-vida no sul da Bahia através do trabalho artístico de Arissana Pataxó. Em coautoria da artista com colega pesquisador em projeto de pesquisa sobre culturas de antirracismo, discutimos a dimensão do racismo e da colonialidade sobre a vida-território indígena. Através da pesquisa sobre lideranças de seu povo para a elaboração de retratos em desenhos e pinturas, o trabalho de Arissana Pataxó reconstrói uma história apagada de resistência à espoliação e ao genocídio após o massacre conhecido como o Fogo de 51.

Biografia do Autor

Arissana Pataxó, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Doutoranda em Artes Visuais (PPGAV) na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professora do Colégio Estadual Indígena Coroa Vermelha.

Felipe Milanez, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Doutor em Sociologia pelo Centro de Estudos Sociais na Universidade de Coimbra. Professor do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências e do Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

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Publicado

2023-03-02

Como Citar

Braz Bomfim de Souza, A. ., & Milanez, F. (2023). Ecologias antirracistas na Bahia: retratos da luta Pataxó contra o ecocídio e o genocídio. Tellus, 23(50), 163–190. https://doi.org/10.20435/tellus.v23i50.923

Edição

Seção

Dossiê: Resistências e estratégias dos povos indígenas contra o racismo e as violências coloniais