Ecologias antirracistas na Bahia: retratos da luta Pataxó contra o ecocídio e o genocídio
DOI:
https://doi.org/10.20435/tellus.v23i50.923Palavras-chave:
Povo Pataxó, arte, ecologia política, memória, racismo ambientalResumo
Este artigo discute a luta pela memória do povo Pataxó e a dimensão do racismo e do Colonialismo sobre a vida e o território-vida no sul da Bahia através do trabalho artístico de Arissana Pataxó. Em coautoria da artista com colega pesquisador em projeto de pesquisa sobre culturas de antirracismo, discutimos a dimensão do racismo e da colonialidade sobre a vida-território indígena. Através da pesquisa sobre lideranças de seu povo para a elaboração de retratos em desenhos e pinturas, o trabalho de Arissana Pataxó reconstrói uma história apagada de resistência à espoliação e ao genocídio após o massacre conhecido como o Fogo de 51.
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