Cultura “indígena” e sustentabilidade: alguns desafios

Autores

  • Dominique Tilkin Gallois

DOI:

https://doi.org/10.20435/tellus.v0i8/9.93

Resumo

Considera-se a “sustentabilidade” como uma meta, um objetivo, não uma política pública. Se existir alguma política de sustentabilidade, esta só pode ser uma política indígena. Formular uma política públicade “sustentabilidade indígena” nos levaria necessariamente a sérias contradições. No campo indigenista, as políticas públicas estão atualmente voltadas ao atendimento de demandas emergentes, praticando-seum assistencialismo que já demonstrou que é e continua sendo o principal causador da ruptura na sustentabilidade do modo de vida indígena. Por este motivo, prefere-se, neste texto, falar em sustentabilidade como meta, como também se considera a autonomia indígena como uma meta.O presente texto propõe que se deveria discutir mais detalhadamente como, nos projetos supostamente voltados à sustentabilidade indígena,equaciona-se todo o sistema de produção, distribuição e consumo, considerando a importância e o valor atribuído pelos grupos indígenas à lógica da troca, ao dar e receber. Tudo indica que, em muitos casos, a “culturade projetos” tenha incentivado a transformação dessa lógica numa equação muito mais simples: receber apoio através de projetos sem meta precisa que não a elaboração do projeto seguinte.

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Publicado

2014-11-20

Como Citar

Gallois, D. T. (2014). Cultura “indígena” e sustentabilidade: alguns desafios. Tellus, (8/9), 29–36. https://doi.org/10.20435/tellus.v0i8/9.93