UEL na luta contra o racismo: desafios e perspectivas político-institucionais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20435/tellus.v24i52.964

Palavras-chave:

Ações afirmativas, Educação superior, Racismo

Resumo

O artigo apresenta a experiência da Campanha UEL na luta contra o racismo desenvolvida pela Universidade Estadual de Londrina, em parceria com a Cátedra Unesco Educação Superior, Povos Indígenas e Afrodescendentes na América Latina. Desde a implementação das políticas afirmativas, seja por meio de vagas suplementares para estudantes indígenas e cotas para estudantes negros/as, a partir dos anos 2000, a instituição vem sendo provocada a discutir as diferentes expressões de racismo e as estratégias para o seu enfrentamento. Percebe-se que a participação da UEL, assim como de outras 25 universidades de diversos países, respondendo à Chamada de Ações na Internet para a Erradicação do Racismo na Educação Superior na América Latina, organizada em 2020 pela Cátedra Unesco Educação Superior e Povos Indígenas e Afrodescendentes na América Latina, foi fundamental para um posicionamento institucional e de permanente atenção e ação no combate ao racismo.

Biografia do Autor

Mônica Kaseker, Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, Paraná, Brasil.

Doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Professora do Curso de Graduação em Jornalismo e do Mestrado em Comunicação, do Departamento de Comunicação, da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Membra da Comissão Universidade para Indígenas (CUIA UEL) e docente do CIclo Intercultural de Iniciação Acadêmica dos Estudantes Indígenas da UEL. Colaboradora da Iniciativa para a Erradicação do Racismo na Educação Superior vinculada à Cátedra UNESCO Educação Superior e Povos Indígenas e Afrodescendentes na América Latina (UNTREF).

Wagner Roberto do Amaral, Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, Paraná, Brasil.

Pós-doutorado em Estudos Interculturais pela Universidad Veracruzana. Pós-doutorado em Educação Superior para Povos Indígenas na América Latina pela Universidad Nacional Tres de Febrero. Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Professor do Departamento de Serviço Social e do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Política Social na UEL, membro da CUIA UEL e da CUIA Estadual. Colaborador da Iniciativa para a Erradicação do Racismo na Educação Superior vinculada à Cátedra UNESCO Educação Superior e Povos Indígenas e Afrodescendentes na América Latina (UNTREF).

Andréa Pires Rocha, Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, Paraná, Brasil.

Pós-Doutora em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Doutorado em Serviço Social pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus Franca. Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Docente do Departamento de Serviço Social da Universidade Estadual de Londrina, atuando na graduação e na Pós Graduação. Autora do livro "O juvenicídio brasileiro: racismo, guerra às drogas e prisões". Líder do Grupo Pesquisa do CNPQ Aquilombando a Universidade e coordenadora do Projeto de Pesquisa Sistemas de Proteção e garantia dos Direitos Humanos voltados à infância e juventude em Angola, Brasil, Moçambique e Portugal. Atuante na esfera da educação em Direitos Humanos e em ações antirracistas.

Marleide da Silva Rodrigues Perrude, Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, Paraná, Brasil.

Doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro na Universidade Estadual de Londrina (NEAB/UEL). Docente do Departamento de Educação. Compõe a comissão de homologação das cotas raciais na UEL. Membro do curso especialização em políticas e gestão e educação de Jovens e Adultos. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Política Educacional, avaliação de políticas públicas , atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professores, política educacional, orientação educacional, educação de jovens e adultos, diversidade e relações raciais.

Referências

ALMEIDA, S. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte: Letramento, 2018.

ALVES, R. O ciclo intercultural de iniciação acadêmica para estudantes indígenas da Universidade Estadual de Londrina. 2016. Dissertação (Mestrado Profissional em Políticas Públicas) - Departamento de Ciências Sociais, Universidade Estadual de Maringá. Maringá, 2016.

AMARAL, W. R. A presença indígena e afrodescendente interroga a educação superior e possibilita o enfrentamento ao racismo. Colección Apuntes, Buenos Aires, n. 4. 2019c.

AMARAL, W. R. A Comissão Universidade para os Índios (CUIA) do Paraná: uma experiência inédita de ação interinstitucional de política pública de educação superior indígena no Brasil, In: MATO, D. (Org.). Educación superior y pueblos indígenas y afrodescendientes en América Latina: colaboración intercultural: experiencias y aprendizajes. Sáenz Peña: Universidad Nacional Tres de Febrero, 2019b.

AMARAL, W. R. O enfrentamento do racismo pelo combate à evasão e pelo fortalecimento da presença indígena nas universidades. In: MATO, D. (Org.). Educación superior y pueblos indígenas y afrodescendientes en América Latina: las múltiples formas de racismo. Sáenz Peña: Universidad Nacional Tres de Febrero, 2020.

AMARAL, W. R.; PATZI, N. E. C. 1ª Campanha para a erradicação do racismo na Educação Superior na América Latina. Integración y Conocimiento, Córdoba, v. 2, n. 10, p. 13-37, 2021.

AMARAL; W. R.; SILVÉRIO, D. M. F. A Comissão Universidade para os Índios: desafios na política de educação superior indígena. In: AMARAL, W. R.; FRAGA, L.; RODRIGUES, I.

C. (Org.). Universidade para indígenas: a experiência do Paraná. Rio de Janeiro: FLACSO, 2016.

BRASIL. Lei n. 12.711, de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências. Diário Oficial da União: Brasília, DF, 2012.

COMUNIDADE universitária marcha contra o racismo. O Perobal, Londrina, 2022. Disponível em: https://operobal.uel.br/tv-uel/2022/05/12/comunidade-universitaria-marcha-contra-o-racismo/. Acesso em: 8 maio 2023

CORPO de João Alberto, morto após ser espancado em unidade do Carrefour, é enterrado em Porto Alegre. G1 - Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2020.

GONZÁLES, L. A categoria político-cultural de amefricanidade. In: RIOS, F.; LIMA, M. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.

KRENAK, A. Futuro ancestral. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.

LOANGO, A. O. Las múltiples formas del racismo. Colección Apuntes, Buenos Aires, n. 13, 2019.

LUCIANO, G. J. S.; AMARAL, W. R. Povos indígenas e educação superior no Brasil e no Paraná: desafios e perspectivas. Integración y Conocimiento, Córdoba, vol. 10, núm. 10, p.13-37, 2021. Doi: https://doi.org/10.61203/2347-0658.v10.n2.34069

MATO, D.. Racismo y Educación Superior en América Latina. Colección Apuntes, Buenos Aires, n. 1, 2019

MOURA, C. Sociologia do negro brasileiro. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2019.

NASCIMENTO, A. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 2016.

PARANÁ. Lei n. 2.995, de 19 de maio de 2005. Dá nova redação ao art. 32 da Lei nº 2.406, de 29 de janeiros de 2002, que institui a Política Estadual dos Recursos Hídricos e cria o Sistema Estadual de Gerenciamento dos Recursos Hídricos. Curitiba: Governo do Estado, 2005.

PARANÁ. Lei ordinária n. 13134, de 18 de abril de 2001. Reserva 3 (três) vagas para serem disputadas entre os índios integrantes das sociedades indígenas paranaenses, nos vestibulares das universidades estaduais. Curitiba: Governo do Estado, 2001.

PAULINO, M. M. Povos indígenas e ações afirmativas: o caso do Paraná. 2008. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.

PACHECO, J. Q. Desafios da inclusão: o olhar dos jovens negros sobre a política de cotas na UEL. 2019. Tese (Doutorado em Serviço Social e Política Social) - Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2019

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA [UEL]. PORTARIA 4126 - 30/09/2022. Considerando a necessidade de promover ações estratégicas de enfrentamento ao racismo de forma conjunta e articulada na Universidade Estadual de Londrina. Curitiba: Governo do Estado; UEL, 2022. Disponível em: https://sites.uel.br/contraoracismo/wp-content/uploads/2022/10/4126.pdf. Acesso em: 11 maio 2023.

Downloads

Publicado

2024-06-28

Como Citar

Kaseker, M., Amaral, W. R. do ., Rocha, A. P. ., & Perrude, M. da S. R. . (2024). UEL na luta contra o racismo: desafios e perspectivas político-institucionais. Tellus, 24(52), 205–229. https://doi.org/10.20435/tellus.v24i52.964

Edição

Tellus ano 24, n, 52, jan./abr. 2024

Seção

Dossiê: Campanhas pela Erradicação do Racismo na Educação Superior na América Latina (Cátedra UNESCO-UNTREF): relatos e experiências indígenas e afrodescendentes (Período 2020-2022)

Licença

Copyright (c) 2024 Mônica Kaseker, Wagner, Andréa, Marleide

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Todos os artigos publicados na Revista Tellus estão disponíveis online e para livre acesso dos leitores, tem licença Creative Commons, de atribuição, uso não comercial e compartilhamento pela mesma. Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.