Cultura viva – modos de descolonizar a caatinga a partir da relação entre flores e pássaros
DOI:
https://doi.org/10.20435/tellus.v17i34.453Palabras clave:
decolonialidade, indígena, mitocosmologia, toré, caatinga.Resumen
Este texto busca problematizar a situação de crise existente na caatinga alagoana a partir da comparação entre concepções de mundo e território evidenciadas nas atividades produtivas comumente efetivadas por não indígenas e nas concepções de mundo e território de indígenas Kalankó. Esse povo vive no sertão alagoano, na região da caatinga e busca superar uma série de dificuldades – entre elas a desertificação do bioma – para garantir uma vida digna à sua população. Nessa direção, propõe-se aqui que o conteúdo mitocosmológico presente nas letras dos cantos de toré Kalankó codifica noções e relações, presentes na ideia de cultura viva, que apresenta outra possibilidade para o manejo do bioma. O toré é um ritual musical que, muitas vezes, é analisado pela antropologia apenas como uma performance cultural, a qual marca diacriticamente a identidade indígena, reduzindo o potencial do rito. Neste texto, procura-se encará-lo como um ritual polissêmico, como em outras oportunidades ele é percebido. Busca-se, portanto, tomar o conhecimento Kalankó com valor político e epistêmico similar a uma epistemologia eurocêntrica, descolonizando a caatinga.
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