Ymyã-hu Nhandywa – o tempo do castanhal: temporalidades na vida Kagwahiva Tenharin
DOI:
https://doi.org/10.20435/tellus.v21i45.773Palabras clave:
agência, castanha, Tenharin Kagwahiva, mercadoriaResumen
Este ensaio tem duas finalidades. A primeira será pensar a circulação da castanha enquanto um processo que agrega uma malha de relações políticas e comerciais. A segunda finalidade é desvelar o modo como a castanha, como agente transumano, circula entre o mundo ritualístico da festa Mboatawa e o mundo da mercadoria fetichizada, controlado pelos donos dos castanhais. Nessa perspectiva, a castanha, símbolo agregador de alianças sociais dos Kagwahiva, torna-se uma agência, um não-humano, em diversos momentos: na limpeza do castanhal, na coleta, na venda, na predação da festa Mboatawa e no replantio de Nhahã (castanha) em novas áreas. Meu interesse não é fazer uma análise sobre o ritual da festa, mas, antes, evidenciar como Nhahã, como mercadoria, como agente agregador de relações e de recursos econômicos, movimenta e temporaliza a sociedade Kagwahiva.
Palavras-chave: castanha, agência, mercadoria, Kagwahiva Tenharin
Citas
APPADURAY, Arjun. A vida social das coisas: as mercadorias sob uma perspectiva cultural. Niterói: EDUFF, 2009.
COSTA, Kelerson Semerene. Homens e natureza na Amazônia brasileira: dimensões (1916-1920). 2002. Tese (Doutorado em História) – Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2002.
BARRANCAS, Francisco Pereira. Relatório da primeira expedição ao rio Madeira. Realizada de 5 janeiro a 22 de março de 1941. Filme 32, planilha 389. Rio de Janeiro: Museu do Índio.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Felix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo: Editora 34, 2004.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Felix. Capitalisme et schizophrénié. Paris: Minuit, 1980. v. 2.
DESCOLA, Philippe. Outras naturezas, outras culturas. Tradução de Cecilia Ciscato. São Paulo: Editora 34, 2016.
FREITAS, José Garcia. Relatório encaminhado ao inspector Bento Pereira de Lemos referente às atividades da IR1 no exercício de 1930. Filme 33, planilha 396, Rio de Janeiro: Museu do Índio, 1930. p. 2-12.
LEAL, Davi Avelino. Direitos e processos diferenciados de territorialização: os conflitos pelo uso dos recursos naturais no rio Madeira (1861-1932). Tese (Doutorado em Sociedade e Cultura na Amazônia) – Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2013.
LEVINHO, Carlos; KRACKE, Waud. A dinâmica e a psicodinâmica de uma sociedade em movimento ou sociedade móvel cercada. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA, 10., 14-18/abr. 1996, Salvador. Anais […]. Salvador: RBA, 1996.
KRACKE, Waud. Force and persuasion: leadership in an Amazonian society. Chicago: The University of Chicago Press, 1978.
KRACKE, Waud. Structure of interethnic contacts between the Parintintin and brazilian society on Madeira river. Chicago: The University of Chicago, 1967.
LARAIA, Roque de Barros; DA MATTA, Roberto. Índios e castanheiros: a empresa extrativista e os índios no médio Tocantins. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
NUNES PEREIRA, Manoel. Moronguêtá: um decameron indígena. Rio de Janeiro:
Editora Civilização Brasileira, 1980. v. 2.
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. São Paulo: Boitempo, 2013. (Livro I).
MELO, Joaquim. A política indigenista no Amazonas. Manaus: Edições do Governo do Estado, 2009.
MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a dádiva. Lisboa: Edições 70, 2008.
RODRIGUES, Lysias. Gaviões de Penacho: a lucta aérea na guerra paulista. São Paulo: Epopeia Paulista, 1932.
STRATHERN, Marilyn. O efeito etnográfico. São Paulo: Cosac Naify, 2014.
PEGGION, Edmundo. Relações em perpétuo desequilíbrio: a organização dualista dos povos kagwahiva da amazônia. São Paulo: Annablume, 2011.
PEGGION, Edmundo. À margem da transamazônica. In: RICARDO, Beto; RICARDO, Fany. (Org.). Povos indígenas no Brasil: 2001-2006. São Paulo: ISA, 2006.
VAZ, Florêncio. Isso tudo é encantado. Belém: Edições UFOPA, 2013.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Metafisicas canibais. São Paulo: Cosac Naif, 2015.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Todos os artigos publicados na Revista Tellus estão disponíveis online e para livre acesso dos leitores, tem licença Creative Commons, de atribuição, uso não comercial e compartilhamento pela mesma. Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.