Sentir-pensar a educação antirracista na universidade: Academia Preta Decolonial como prática de enfrentamento ao racismo

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.20435/tellus.v24i52.962

Palabras clave:

relato de experiência, academia preta decolonial, campanha pela erradicação do racismo, educação antirracista

Resumen

O Curso “Academia Preta Decolonial: Epistemologias e Metodologias Antirracistas” começou a ser artesanado em julho de 2020. Diante de uma pandemia mundial que escancarou e aprofundou ainda mais as disparidades entre negros e brancos, surgiu como caminho de resistência, de articulação política e de mobilização ativista possibilitada pelo digital, em tempos de distanciamento social. Ao nos encontramos semanalmente para desestabilizar os efeitos da colonialidade, pedíamos licença e direcionamento aos que vieram antes. Cada módulo foi se constituindo como espaço seguro e de proteção pautado na descontinuidade com a geopolítica do saber euro-americano. Nos anos de 2021 e 2022 a Academia Preta Decolonial fez parte das Campanhas pela Erradicação do Racismo no Ensino Superior, promovida pela Cátedra UNESCO-UNTREF, que ajudou a tecer o emaranhado das linhas e dos pontos, a partir da troca e do compartilhamento de experiências com diversas outras Universidades e iniciativas em vários países da América Latina.

Biografía del autor/a

Leila Lima de Sousa, Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Imperatriz, Maranhão, Brasil.

Leila Lima de Sousa: Professora  adjunta  da  Universidade  Federal  do  Maranhão –  UFMA, curso de graduação e do PPGCOM. Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade do  Vale  do  Rio  dos  Sinos.  Mestrado  em  Comunicação  pela  Universidade Federal  do  Piauí.  Vice-coordenadora  do  Núcleo  de  estudo,  pesquisa  e  extensão  em comunicação,  gênero  e  feminismos:  Maria  Firmina  dos  Reis,  da  Universidade Federal  do  Maranhão.  Membra  da  Rede  Amlat.

Michelly Carvalho, Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Imperatriz, Maranhão, Brasil.

Doutorado em Ciências da Comunicação / Sociologia da Comunicação pela Universidade do Minho. Mestrado em Informação e Jornalismo pela Universidade do Minho. Professora e Coordenadora do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Imperatriz. Coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Estudo, Pesquisa e Extensão em Comunicação, Gênero e Feminismos – Maria Firmina dos Reis.

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Publicado

2024-06-28

Cómo citar

Sousa, L. L. de ., & Carvalho, M. (2024). Sentir-pensar a educação antirracista na universidade: Academia Preta Decolonial como prática de enfrentamento ao racismo. Tellus, 24(52), 249–265. https://doi.org/10.20435/tellus.v24i52.962

Número

Sección

Dossiê: Campanhas pela Erradicação do Racismo na Educação Superior na América Latina (Cátedra UNESCO-UNTREF): relatos e experiências indígenas e afrodescendentes (Período 2020-2022)