História indígena, autoria e sexo: a obra inédita de Gabriel Gentil

Autores

  • Oscar Calavia Sáez

Resumo

O artigo reflete sobre algumas consequências do recente aparecimento de uma historiografia de autoria indígena no Brasil. Muito em especial, sobre o contraste entre o modo em que a escrita foi assumida pelos índios e as reticências que os antropólogos – agora ativamente implicados na tarefa – mantinham anos atrás frente à fixação como verdade escrita e canônica de uma história oral que valia pela sua capacidade transformativa. A autoria coletiva ou autorizada pela hierarquia se impõe e, por isso, oferece um especial interesse a obra de Gabriel Gentil, intelectual e (neo) xamã tukano falecido em 2005 em Manaus. Notável por seu teor decididamente centrado na sexualidade e por ter sido, em alguns casos, escrita à margem de incentivos ou programas externos, essa obra oferece um contraste interessante com as correntes tradicionalistas que, nos últimos vinte anos, foram vetores importantes do movimento indígena no Brasil.

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Publicado

2014-11-28

Como Citar

Sáez, O. C. (2014). História indígena, autoria e sexo: a obra inédita de Gabriel Gentil. Tellus, (22), 11–26. Recuperado de https://tellus.ucdb.br/tellus/article/view/272