A reorganização e a fluidez do uso da mão de obra indígena no Grão-Pará: segunda metade do século XVIII (1750-1765)
DOI:
https://doi.org/10.20435/tellus.v19i39.595Palabras clave:
trabalho indígena, período pombalino, Amazônia Colonial, Capitania do Grão-Pará, século XVIII.Resumen
O presente trabalho visa discutir a respeito do contexto histórico amazônico ao qual abarca uma série de nuances, uma delas se refere a promulgação das leis que regulavam a liberdade indígena, das quais verificam a Lei de Liberdade dos Índios, publicada em 1755, e a Lei do Diretório dos Índios, decretada dois anos depois. Além disso, buscou-se acentuar de modo contundente a figura dos índios em algumas vilas ou aldeias que fizeram parte da Capitania do Grão-Pará, no período que compreende os anos de 1750 a 1765. Em suma, o objetivo foi refletir não somente a figura dos índios como sujeitos históricos nesse contexto colonial e de como eles estavam inseridos em uma dinâmica de trabalho que envolvia diferentes agentes coloniais, mas também, procurou-se analisar as estratégias, as mobilidades e as articulações indígenas.Citas
ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. A atuação dos indígenas na história do Brasil: revisões historiográficas. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 37, n. 75, p. 17-38, 2017.
BEZERRA NETO, José Maia. A ‘rota negra’ entre o Grão-Pará e a África: um mar de incertezas e muitas histórias. In: BEZERRA NETO, José Maia. Escravidão negra no Pará (séculos XVII – XIX). 2. ed. Belém, PA: Paka-Tatu, 2012. p. 25-69.
CHAMBOULEYRON, Rafael. Escravos do Atlântico equatorial: tráfico negreiro para o Estado do Maranhão e Pará (século XVII e início do século XVIII). Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 26, n. 52, p. 79-114, 2006.
COELHO, Geraldo Mártires. Estratégias civilizacionais: língua e poder na Amazônia pombalina. Anais do Arquivo Público do Pará, Belém, v. 5, t. 1, p. 125-38, 2006.
COELHO, Mauro Cezar. O Imenso Portugal: vilas e lugares no Vale Amazônico. Territórios e Fronteiras, Cuiabá, MT, v. 1, n. 1, p. 263-83, jan./jun. 2008. (Dossiê Temático: Império Português-Brasileiro-Espanhol I).
COELHO, Mauro Cezar. A construção de uma lei: o Diretório dos Índios. Revista IHGB, Rio de Janeiro, ano 168, n. 437, p. 29-48, out./dez. 2007.
CUNHA, Manuela Carneiro da. Imagens de índios do Brasil: o século XVI. Estudos Avançados, São Paulo, v. 4, n. 10, p. 91-110, set./dez. 1990.
DANIEL, João. Da grande habilidade e aptidão dos índios. In: DANIEL, João. Tesouro descoberto no máximo rio Amazonas. Rio de Janeiro: Contraponto, 2004. v. 1, p. 341-3.
DIAS, Manuel Nunes. Fomento Ultramarino e Mercantilismo: a companhia geral do Grão-Pará e Maranhão (1755-1778). Revista de História, São Paulo, v. 32, n. 66, p. 359-71, jun. 1966. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/124426. Acesso em: 22 maio 2018.
DIRETÓRIO que se deve observar nas povoações dos índios do Pará, e Maranhão enquanto sua Majestade não mandar o contrário. Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados, 1758.
DOMINGUES, Ângela. Quando os índios eram vassalos: colonização e relações de poder no Norte do Brasil na segunda metade do século XVIII. Lisboa: Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses – CNCDP, 2000.
FARAGE, Nádia. As muralhas dos sertões: os povos indígenas no rio Branco e a colonização. Rio de Janeiro: Paz e Terra/Anpocs, 1991.
FARAGE, Nádia. A política indigenista pombalina na Amazônia: algumas considerações. Comunicação apresentada ao GT. História Indígena e do Indigenismo. In: ENCONTRO DA ANPOCS, 10., out. 1986. p. 20-47.
GARCIA, Elisa Frühauf. O projeto pombalino de imposição da língua portuguesa aos índios e a sua aplicação na América meridional. Tempo, Niterói, RJ, v. 12, n. 23, p. 23-38, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-77042007000200003&lng=en&nrm= iso. Acesso em: 11 mar. 2018.
GOMES, Flávio. Migrações, populações indígenas e etno-genese na América Portuguesa (Amazônia Colonial, s. XVIII). Nuevo Mundo Mundos Nuevos, 2011, Disponível em: http://journals.openedition.org/nuevomundo/60721. Acesso em: 15 ago. 2018.
GOMES, Flávio; MARIN, Rosa Elizabeth Acevedo. Reconfigurações coloniais: tráfico de indígenas, fugitivos e fronteiras no Grão-Pará e Guiana Francesa (Séculos XVII e XVIII). Revista de História, São Paulo, n. 149, p. 69-107, 2º sem. 2003.
GUZMÁN, Décio de Alencar. Festa, preguiça e matulagem: o trabalho indígena e as oficinas de pintura e escultura no Grão-Pará, sécs. XVII-XVIII. Revista Estudos Amazônicos, v. XIII, n. 1, p. 1-29, 2015. (Dossiê: História Indígena ).
GUZMÁN, Décio de Alencar. Índios misturados, caboclos e curibocas: análise histórica de um processo de mestiçagem, Rio Negro (Brasil, séculos XVIII e XIX). In: ADAMS, C.; MURRIETA, R.; NEVES, W. (Org.). Sociedades caboclas amazônicas: modernidade e invisibilidade. São Paulo: Annablume, 2006. p. 67-80.
HENRIQUE, Márcio Couto. Conceitos e preconceitos em história indígena. In: COELHO, Wilma de Nazaré Baia; MAGALHÃES, Ana Del Tabor Vasconcelos (Org.). Educação para a diversidade: olhares sobre a educação para as relações étnico-raciais. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2010. p. 79-95.
HERIARTE, Mauricio de. Descrição do estado do Maranhão, Pará, Corupá e Rio das Amazonas. Vienna d'Austria: Imprensa do filho de Carlos Gerold, 1874. p. 36-8. Disponível em: http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_obrasraras/or110374/or110374.pdf. Acesso em: 18 ago. 2018.
MAXWELL, Kenneth. Reforma. In: MAXWELL, Kenneth. Marquês de Pombal: paradoxo do Iluminismo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. p. 96-117.
MELLO, Márcia Eliane Alves de Souza. Fé e Império: as Juntas das Missões nas conquistas portuguesas. Manaus: EDUA - Editora da Universidade Federal do Amazonas, 2007.
MELO, Vinícius Zúniga. Os diretores de povoações: serviços e transgressões no Grão-Pará do diretório dos índios (1757-1798). 2016. 201 f. Orientador: Mauro Cesar Coelho Dissertação (Mestrado em História Social) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História Social da Amazônia, Universidade Federal do Pará, Belém, 2016.
MENDONÇA, Marcos Carneiro. A Amazônia na Era Pombalina: correspondência inédita do Governador Capitão-General do Estado do Grão-Pará e Maranhão Francisco de Xavier de Mendonça Furtado (1751-1759). 1. ed. Brasília: Senado Federal, 2005. Tomos I, II e III.
MONTEIRO, John M. Armas e armadilhas: História e resistência dos índios. In: NOVAES, Adauto (Org.). A outra margem do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p. 237-49.
PERRONE-MOISÉS, Beatriz. Índios livres e índios escravos: os princípios da legislação indigenista do período colonial, séculos XVI a XVIII. In: CUNHA, Manuela Carneiro da (Org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 115-32.
SAMPAIO, Patricia Melo. Escravos e escravidão africana na Amazônia. In: SAMPAIO, Patricia Melo (Org.). O fim do silêncio: presença negra na Amazônia. Belém, PA: Editora Açaí/CNPq, 2011. p. 14-42.
SAMPAIO, Patrícia Melo. Índios e brancos na Amazônia Portuguesa: políticas e identidade no século XVIII. In: CHAMBOULEYRON, Rafael; ALONSO, José Luis Ruiz-Peinado (Org.). T(r)ópricos de história: gente, espaço e tempo na Amazônia (séculos XVII A XXI). Belém, PA: Editora Açaí/Programa de Pós-graduação em História Social da Amazônia (UFPA)/Centro de Memória da Amazônia (UFPA), 2010. p. 99-116.
VILLALTA, Luiz Carlos. Reformismo ilustrado, censura e práticas de leitura: usos do livro na América Portuguesa. 1999. Orientadora: Laura de Mello e Souza. Tese (Doutorado em História Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Todos os artigos publicados na Revista Tellus estão disponíveis online e para livre acesso dos leitores, tem licença Creative Commons, de atribuição, uso não comercial e compartilhamento pela mesma. Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.